Armazenamento do sangue do cordão umbilical
Certamente você sabe que células-tronco são a grande promessa e uma das maiores esperanças da medicina para a cura de uma infinidade de doenças. De olho nesse tesouro biológico, muitos pais andam se perguntando se vale a pena contratar os serviços de uma empresa especializada em conservar o sangue do cordão umbilical de seus bebês, rico em células dessa natureza. Confira como funciona, para que serve e quanto custa o armazenamento de Sangue de Cordão Umbilical e Placentário (SCUP).Banco privado ou público?
Para começar, é importante saber que, atualmente, existem os bancos de armazenamento de SCUP particulares e, também, um público, chamado Brasilcord, que funciona sob a supervisão do Instituto Nacional do Câncer (INCA). Porém, diferentemente do que acontece na rede particular, a finalidade da conservação do SCUP pelo Brasilcord não é a utilização do material pelo próprio doador. Quem decide doar o cordão umbilical do filho abre mão, quase que totalmente, da possibilidade de aproveitá-lo em benefício da própria criança. Todas as células são processadas, analisadas, identificadas e armazenadas para uso em qualquer brasileiro compatível que necessite delas.
“É muito importante guardar o material, seja em um ou outro lugar. O que não deveria acontecer é o cordão umbilical ser descartado, porque ele é riquíssimo”, opina a médica Adriana Homem, responsável técnica do Banco de Cordão Umbilical (BCU), em São Paulo. No Brasil, os bancos privados possuem escritórios nas maiores cidades e enviam um profissional para realizar a coleta, no momento do parto. Já o público é restrito a algumas maternidades credenciadas.
Doenças tratáveis com células do cordão
“As células-tronco do sangue do cordão umbilical têm um uso limitado, porque 90% delas são progenitoras hematopoéticas, o que significa que são úteis, somente, se empregadas no tratamento da leucemia e de doenças hematológicas”, diz Radovan Borojevic, doutor em Biologia e diretor científico da empresa Excellion, especializada em terapia celular, do Rio de Janeiro. São doenças que também podem ser tratadas com células retiradas da medula óssea do próprio paciente ou de um doador. Mas, quando comparadas, as unidades presentes no cordão umbilical levam a melhor. Primeiramente, porque apresentam 100% de compatibilidade com o paciente. Sem contar que elas têm disponibilidade imediata de uso e maior eficiência, por serem consideradas “virgens”.
Entretanto, segundo Borojevic, um procedimento mais promissor do que armazenar apenas o sangue do cordão umbilical é o de preservar, também, o seu próprio tecido, um serviço ainda não ofertado pela maioria dos bancos. “Os vasos do cordão umbilical são compostos por 90% de células mesenquimais que, mais versáteis, podem ser usadas em muitas outras terapias”, completa o especialista. De acordo com Borojevic, com essas células guardadas, será possível, por exemplo, reverter um problema congênito no coração de uma criança ou curar um adolescente que venha a sofrer uma lesão no joelho, provocada por um trauma.
Detalhes do procedimento
A coleta do SCUP é feita no momento em que a criança nasce e é indolor. Ela pode ser realizada tanto em caso de cesariana quanto de parto normal, inclusive em situações de nascimento prematuro. Normalmente, coleta-se também uma amostra de sangue da mãe, para a realização de exames que irão acusar seu estado de saúde naquele instante específico.
Uma vez que você resolva guardar as células-tronco do cordão umbilical do seu bebê, não há prazo de validade para sua estocagem. O que existe é uma limitação do número de vezes que o material poderá ser utilizado, já que ele não pode ser congelado novamente, após o descongelamento. Por isso, essa é uma das indagações que os futuros pais devem fazer ao conhecer os serviços de uma determinada empresa. “Recomendo que visitem, com antecedência, o banco e tire todas as dúvidas sobre como as células serão armazenadas e qual a tecnologia utilizada”, sugere Adriana Homem.
Os bancos cobram um preço pela coleta do material e, depois, uma anuidade para sua conservação. Esses valores, que geralmente são parceláveis, só podem ser informados, claro, por cada empresa. Mas, para se ter uma noção de quanto se gasta, o procedimento de coleta pode custar de R$ 2.500 a R$ 4.000, enquanto a taxa anual gira em torno de R$ 500 a R$ 1.000.
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