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quinta-feira, 30 de agosto de 2012

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Você conhece a história da nossa Educação Infantil?


A História da Educação Infantil

De acordo com o que a Constituição Federal e a LDB da Educação Nacional definiram as creches são para crianças de 0 a 3 anos de idade e as pré-escolas são para crianças de 4 a 6 anos de idade. O termo creche sempre esteve vinculado a um serviço oferecido à população de baixa renda. Já a pré-escola era voltada para crianças maiores. A creche se caracterizava por uma atuação em horário integral, e a pré-escola, por um funcionamento semelhante ao da escola, em meio período. A creche se subordinava e era mantida por órgãos de caráter médico/assistencial, e a pré-escola aos órgãos vinculados ao sistema educacional. Essa divisão hoje não é mais permitida, deve ser feita apenas pela faixa etária.

Surge a creche na Europa nos Estados Unidos

ESCOLA DO TRICÔ - Fundada em 1767 pelo Padre Oberlin, na França. A palavra Creche, que tem origem francesa, significa manjedoura.

ESCOLA INFANTIL - Criada em 1816 por Robert Owen, na Escócia. Fundou o INSTITUTO PARA FORMAÇÂO DE CARÁTER que era organizado em três níveis: o 1º era a escola infantil para crianças de 3 a 6 anos; o 2º atendia crianças de 6 a10 anos e o 3º era oferecido durante a noite e atendia alunos dos 10 aos 20 anos.

JARDIM-DE-INFÂNCIA - Criado por Froebel em 1873, na Alemanha.

CASA DEI BAMBINI (casa das crianças) - No início do sec. XX, na Inglaterra, Maria Montessori trabalhou com crianças pobres de um bairro operário.

O INFANTÁRIO - No início do sec. XX, na Inglaterra, Margaret McMillan em parceria com sua irmã Raquel criaram esta instituição.

         Cabe observar que, com exceção dos jardins-de-infância de Froebel, todos os outros programas foram iniciados para melhorar a vida das crianças pobres. A creche surgiu como uma instituição assistencial que ocupava o lugar da família, nas mais diversas formas de ausência.
Surge a creche no Brasil
          A creche no Brasil surge acompanhando a "estruturação do capitalismo, a crescente urbanização e a necessidade de reprodução da força de trabalho", ia desde a liberação da mulher-mãe para o mercado de trabalho até uma visão de mais longo prazo em preparar pessoas nutridas e sem doenças.
ATENDIMENTO À INFÂNCIA ATÉ 1900 - Existiu institucionalmente a Casa dos Expostos, também chamada de Roda. Tratava-se de um lugar onde eram deixadas as crianças não-desejadas. Deve-se a criação da Roda a Romão de Mattos Duarte. A sociedade da época achava que o grande número de mortes de crianças era devido aos nascimentos ilegítimos (frutos da união entre escravos ou entre escravos e senhores) e à falta de educação moral, física, e intelectual das mães. Podemos observar que as duas causas culpam a família, além de dizerem que os negros escravos eram portadores de doenças. Não se levava em consideração as condições econômicas e sociais e a ausência de estruturas de saúde pública.
1900 A 1930 - Organizados aqui no Brasil, os operários passaram a protestar contra as precárias condições de vida e de trabalho. Os empresários procurando enfraquecer os movimentos começaram a conceder algumas creches e escolas maternais para os filhos de operários. As grandes cidades não dispunham de infra-estrutura urbana suficiente, em termos de saneamento básico, moradias etc., sofriam o perigo de constantes epidemias. A creche passou a ser defendida por sanitaristas preocupados com as condições de vida da população operária.
Grupos de mulheres de classes sociais mais abastadas que, organizadas em associações religiosas ou filantrópicas, criaram várias creches. Instruíam as mulheres das camadas populares a serem boas donas-de-casa e a cuidarem adequadamente de seus filhos. Eram convictas de que o cuidado materno era o melhor para a criança e que o cuidado em grupo (creche) era certamente um substitutivo inadequado.
Concursos de Robustez para escolher o bebê mais saudável. A mãe do bebê vencedor, que deveria ter comprovada a sua pobreza, era premiada em dinheiro.
Em 1922, o Estado organizou o 1º Congresso Brasileiro de Proteção à Infância. As conclusões foram as de que a creche tinha como finalidade:
· Combater a pobreza e a mortalidade infantil;
· Atender os filhos da trabalhadora, mas com uma prática que reforçava o lugar da mulher no lar e com os filhos;
· Promover a ideologia da família.
1930 A 1980 -Mário de Andrade é nomeado diretor do Departamento de Cultura e começa a estruturar o "Parque Infantil". A proposta era dar atendimento ás crianças de 3 a 6 anos e também às de 7 a 12 anos, fora do horário escolar. O parque proporcionava à criança de família operária o direito à infância, a brincar e ao não-trabalho. Dava ênfase ao caráter lúdico e artístico.
Em 1940, foi criado o Departamento Nacional da Criança no Ministério da Educação e Saúde. Em 1950 verificou-se que as medidas morais foram as que tiveram maior destaque, pretendia-se domesticar as classes populares, tirando-as da desordem, do instinto e da tradição e incutindo os valores das classes médias.
         Chegam às creches os discursos pedagógicos que procuravam demonstrar que a ausência da relação afetiva mãe-filho, em determinados momentos da infância, tornava-se irreversível, podendo produzir "personalidades delinqüentes e psicopatas".
          Passando para 1960 os discursos pedagógicos baseados na teoria de privação cultural e da sua solução, a educação compensatória. Privação cultural baseava-se na idéia de que só havia um modelo de criança: a da classe média, e assim, as outras crianças desfavorecidas economicamente comparadas a estas crianças-modelo eram consideradas "carentes" e "inferiores". Faltavam para elas determinadas atitudes e conteúdos.
        Na década de 70, ocorre a profusão de movimentos sociais e com eles surge, dentre outras, uma proposta de creche mais afirmativa para a criança, a família e a sociedade. Para encerrar este período, é importante ainda lembrar que, em 1975, o Ministério de Educação e Cultura instituiu a Coordenação de Educação Pré-Escolar e, em 1977, foi criado o Projeto Casulo, vinculado à Legião Brasileira de Assistência (LBA) que atendia crianças de 0 a 6 anos de idade e tinha a intenção de proporcionar às mães tempo livre para poder "ingressar no mercado de trabalho e, assim, elevar a renda familiar".
DÉCADA DE 1980 - Pode-se dizer que nesta década houve um avanço considerável com relação à Educação Infantil. Como:
· Foram produzidos estudos e pesquisas de relevante interesse, inclusive discutindo e buscando a função da creche/pré-escola;
· Universalizou-se a idéia de que a educação da criança pequena é importante ( independente de sua origem social) e que é uma demanda social básica;
· A Constituição de 1988 definiu a creche e a pré-escola como direito de família e dever do Estado em oferecer esse serviço.
Todo o avanço é histórico, cultural e político, portanto, precisa ser conquistado o tempo todo.

Psicopedagoga Regiane Pinheiro
Espaço Psicopedagógico Lápis de Cor
contato@espacolapisdecor.com

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